Não basta ter uma narrativa agradável, é preciso teor cultural para a crônica valer a pena de verdade. Não sei como é para os outros escritores amadores como eu, mas acho complicado depurar uma prosa boa, que valha a pena, a partir de fatos corriqueiros do cotidiano, sem nada mais literário. Sempre acho que o motivo para um texto razoavelmente interessante seria um fato de proporções extraordinárias, ao menos no imaginário de quem cria o texto. O comum é comum e me parece estar destinado ao lugar comum, à caixa de papéis velhos, ao quarto de despejo, ao velho baú de enxoval, ao esquecimento. E tudo vai sendo esquecido, e tudo vai sendo puído, e tudo é corroído pelo ar que ali também ficou aprisionado e não se renova. É o ar o provável responsável pela deterioração de tudo que está contido dentro desta bolha atmosférica. É tudo culpa do ar. E até chegar a esta conclusão, eu nunca havia entendido o verdadeiro motivo pelo qual pessoas de idade avançada possuem verdadeiro pavor por portas e janelas abertas. Por ventos e brisas. Por ar. E, principalmente, por ar condicionado, é claro. Até bactérias precisam de ar para nos destruir. E as que não precisam diretamente do ar, precisam de substâncias e seres que precisam de ar para a própria constituição dos tecidos e destruição vindoura.
Ituverava, 30 de junho de 2009 Aqui estamos, Tás. Eu e essa simpatia que é Lucília Junqueira de Almeida Prado, autora de mais de 65 livros publicados, capaz de recitar poemas de sua autoria compostos com cantigas de roça, bem como poemas de Cora Coralina, feito uma menina sobre o palco. Estive novamente na feira do livro, engoli meu orgulho de vez e abracei a causa. Fui lá não para vingar-me, com críticas sobre o fabuloso evento, nutridas por minha derrota no prêmio Cora Coralina, mas sim, para divulgar a campanha Cartas a Tás, que agora ganhou um slogan; “Restitua a cidadania do menino encardido que ficou famoso e apátrida”. Tás, você é de Ituverava e Ituverava é sua, irmão. Espero que aprove, meu mestre, pois para servir nesta batalha tive que ser um bom perdedor. E não é bom perder, isso aprendemos nos primeiros anos de existência, acho até que já nascemos com este instinto, pois quando uma criança toma por força algum objeto que por ventura esteja em nossa posse, qual menino não se
Velho tem medo de ser corroído pelo ar??? Gente, sinceramente nunca pensei nisso, achava que era por causa do ventinho gelado resfriar os pulmões já enfraquecidos. Mas se você diz eu acredito...
ResponderExcluirÉ verdade sim Jef, o ar renova, transforma e deteriora. E pela maioria das vezes temos respirado ar mais que contaminado, culturalmente falando, creio que esse ar está contaminadíssimo e é bom buscar em lugares raros um ar mais limpo para não deteriorarmos.
Crônicas eu adoro, mas somente se tiver conteúdo [e aqui não estou falando propriamente de um mundo cultural], mas algo que faça valer a pena ler, nem que seja pra rir.
beijokas doces e um bom fim de semana.
Olá Jeff,
ResponderExcluiroi eu aqui traveis!;-) pra comentar uma crônica sobre escrever crônicas??? Sobre respirar??? ou uma coisa leva à outra???
Se a regra é idosos temerem o ar, eu sou uma idosa excepcional;-)
Minha casa é escancarada... como quero que minha vida seja!!!
Abração
Jan
E que bom que veio! Bom também você ter me dado oportunidade de falar sobre o texto. Não é uma crônica bem sobre escrever e nem sobre respirar. Eu explico: É que escrevi um texto que ficou um pouco longo para uma postagem. Está postagem que aí está seria a introdução do texto. Porém, achei muito pretensioso escrever uma crônica com um capítulo de introdução [sorrio]. Então postei este primeiro texto, introdutório, como uma postagem que dá início a uma sequência sobre uma crônica inspirada em um treinamento dentro de uma empresa, uma situação com a qual muita gente pode se identificar. Eu até havia postado junto com este o segundo texto da sequência TREINAMENTO, no entanto achei meio precipitado. Retirei e guardei o texto para daqui a alguns dias. Conto com sua atenção para a continuação, JAN. Um grande beijo e muito obrigado!
ExcluirConcordo, Jeffão...é assim mesmo que acontece comigo..hehehe
ResponderExcluirAgora, quanto a abrir as janelas para o novo ar: tem toda razão! Não tinha pensado nisso e faz TODO sentido....
Muito bom, como sempre...
Abração,
Rafa
Hola!!
ResponderExcluirTe devuelvo la visita :) y pese a mi escaso control de tu idioma, creo que es un post genial, cargado de sentido y razón :)
Soy del recién creado blog: http://resilienciayfamilia.blogspot.com.es/
Un abrazo!
Pois é Jeferson, meu esposo é especialista em ar condicionado, trabalha com isso, e casualmente hoje estando no Hospital Nove de Julho, qdo esperávamos para o atendimento, ele comentou do risco q se corre num ambiente hospitalar,qto a renovação de ar, com manutenção (limpeza e outras cositas mais), Sem falar na regulagem q muitas vezes nos fazem quase virar picolé. rs.
ResponderExcluirNossa sua crônica é ótima... me fez pensar sobre o envelhecimento, o ar.... você escreve muito bem.
ResponderExcluirBeijo
Fiquei sem ar, somente em pensar de como é difícil abrir as janelas da vida para renovação do ar, muitas vezes dou preferência por deixar fechadas,é como se fosse uma proteção, para algo que não quero ver, ou sentir... O envelhecimento é sentir medo do abandono da solidão.
ResponderExcluirJeferson amei a sua crônica é ótima ...Parabéns