‘Anda depressa que eu não quero perder o ônibus. [...] Nossa, como você é lerda! [...]’ ‘Pronto. Chegamos. E nem precisava correr tanto. Viu? Besteira andar correndo assim, desse jeito. Não sei por que a senhora faz isso . ’ ‘Você pensa que aqui é igual sua cidade? Aqui é diferente, viu? Aqui, se você não anda depressa e não tem atenção, perde a lotação e ainda é assaltada.’ ‘A senhora exagera.’ ‘Tá. Então sou eu que exagero?’ ‘É.’ ‘Não viu o que aconteceu com sua prima Matilde? Ela quase morreu de tanto susto. E olha que eram só dois moleques.’ ‘[...]’ ‘Moço, já passou o que vai pro Jardim Paulistano?’ ‘Eu acabei de chegar aqui. Não sei não, moça. É melhor você perguntar ali na banca de jornal.’ ‘Ele não sabe, vó.’ ‘Não deve ter passado ainda não. Quer pastel?’ ‘Não. Ainda estou cheia do café que a gente tomou.’ ‘Satisfeita. É satisfeita que se diz, e não cheia. Parece até que você é um saco falando assim!’ ‘Satisfeita então. Satisfeita agora?’ ‘[...]’ ‘Olha lá! É o nos...