Por um momento o silêncio opressor dominou o ambiente sombrio da sala do dono da empresa. E então o patrão, com um leve giro de sua cadeira, colocou-se em posição frontal diante à face do empregado, este já encolhido após assumir péssima postura desencostando do encosto da cadeira, curvando o tronco e deitando as mãos e parte dos antebraços no colo.
‘Pois bem, - começou por dizer o patrão - mandei chamar-lhe aqui, Igor, por um motivo que acredito seja bastante desagradável pra você. Tem corrido na empresa, e por diversas fontes, sendo essas fontes clientes, fornecedores e até mesmo os seus colegas de trabalho, que você é um sujeito estranho. Dizem que é muito individualista e que não aceita ajuda de ninguém causando assim lentidão na descarga das mercadorias, fato que eu mesmo tenho visto e estou em condições de confirmar. E dizem mais coisas graves a seu respeito, dizem que é muito calado e que não se entrosa de modo algum. Um esquisitão, com o perdão da franqueza. Mas o senhor bem sabe que sou um homem de natureza muito sincera, justo. Além do mais, o momento exige tal exatidão na descrição justificativa da medida que lhe farei saber, seu Igor. Seus colegas são homens muito simples, uns puritanos, pessoas humildes, muito dadas e ficam desconfortáveis tendo conviver com alguém assim tão estranho, hermético. Parece que o senhor não se agrada de ninguém, não participa das conversas, não ri de nada. Sim, o senhor quer dizer alguma coisa?’ Perguntou Yuriy Tsarov ao ver o empregado lentamente mover-se na cadeira mudando de posição e deslizando mais à frente no assento. Igor tirou o olhar do rosto do patrão, que não lhe olhava nos olhos de modo algum, o olhava sim no rosto, mas nos olhos apenas furtivamente, e o deitou ao chão como se pensasse em algo distante. Sabia de onde vinham tais denúncias e sabia dos motivos. Preferiu não entrar em detalhes julgando não ser ainda o momento adequado para manifestar-se. Voltou o olhar para o rosto do patrão e, com um gesto de cabeça, fez entender que não queria falar nada.
Então o patrão continuou feito um grande trator lento e resoluto. ‘Pois é, seu Igor, já faz quase um ano que está aqui e muita coisa pesa contra o senhor. Além do mais, eu preciso lhe dizer algo que talvez desagrade ainda mais do que tudo até aqui. Falo de suas mãos. Elas são pequenas demais. Um homem com as mãos tão pequenas não pode mesmo render bem num trabalho que exige muita “manualidade”, você entende? Não é nada pessoal, mas você não se enquadra no perfil. Eu sei que seu momento é difícil, sua esposa está grávida, sou um ser humano, levei tudo isso em conta ao analisar sua situação, mas, sinceramente, eu não sei o que fazer com o senhor. Minha empresa está em franca expansão, como deve saber, e eu não posso me dar ao luxo de ter aqui um funcionário problm, digo, que não se enquadre no perfil. Terei que dispensar o senhor. Com muito pesar, mas terei que dispensá-lo.’
Igor, que até então estivera pálido e inexpressivo, recobrou a cor e as compleições, pediu a palavra e firmou os olhos no rosto vermelho de Tsarov, que desta vez não conseguiu desviar o olhar. ‘Entendo perfeitamente o que o senhor diz... Entendo o momento da empresa... Mas posso afirmar que é um erro me dispensar... Tenho disposição e posso reverter essa situação. Se é preciso mudar, mudarei. Se o senhor me permite, e sem querer faltar com o respeito, não cometa tal erro. Tenho futuro aqui em sua empresa e sei que vencerei. Quero contribuir, crescer com ela.
Fez-se silêncio novamente. Tsarov pareceu surpreso e abalado com a reação e presença de espírito do modesto funcionário. Pensou um pouco. Apoiou ambas as mãos sobre a mesa e disse, ainda um tanto perplexo, que daria nova chance ao rapaz.
E este que você acaba de ler é o quarto capítulo do conto russo que estou trabalhando aqui no blog. Caso queira saber a origem dos fatos e tomar sua própria posição, leia as três postagens anteriores que esclarecem tudo, ou não. Obrigado pela leitura e um grande abraço.
Olá, Jeferson, atendendo ao seu convite vim aqui conhecer o seu trabalho. Li este capítulo e comecei a ler o anterior. Porém, tendo já encontrado pequenos detalhes que poderia comentar, antes de fazê-lo, gostaria de explicar rapidamente como costumo interagir. Seguinte: publico meus textos na Rede já há quatro anos e pouco feedback relevante tenho recebido até aqui. Como meus propósitos ao escrever agora são um pouco mais específicos do que quando comecei, e tendo quase nenhum tempo disponível para escrever, decidi investir meu tempo lendo e comentando criticamente trabalhos somente de colegas que assim desejarem que eu o faça (leitura crítica ) e que também estejam dispostos a fazerem o mesmo com os meus escritos. Para isso, prefiro usar o e-mail. A pessoa indica um texto, eu leio e comento e indico um texto meu para que ela faça o mesmo. E assim vamos seguindo. Se você achar que vale a pena trocar idéias comigo desta maneira, entre em contato usando o formulário de contato lá do Quinze Contos informando um e-mail para o qual eu possa retornar. No mais, só posso desejar sucesso e crescimento em sua escrita. Um abraço fraterno, até!
ResponderExcluirMuito legal o blog e o texto.
ResponderExcluirParabéns!
Carissa
http://artearoundtheworld.blogspot.com
Olá Jeferson!
ResponderExcluirGostei bastante do conto!
Você escreve bem, parabéns!
Abraços.
anereis.
mydearlibrary | bookreviews • music • culture
@mydearlibrary
Querido amigo Jefh, gostaria de continuar comentando e lendo como fazia antes, mas agora o tempo não tem sido "amiguinho" ele corre e não consigo alcançá-lo (sorriooooo), mas continuo, sempre que posso lendo e nem sempre consigo comentar....assim que possível vou ler os contos e deixo aqui meu carinho, que registrei lá no Blog também...uma pequena homenagem ao "guri talentoso" que você é... No final da mensagem de hoje lá no "http://mensagenseimagenspositivas.blogspot.com.br", falo do carinho e o quanto você foi incentivo (mesmo sem saber) para eu não parar... Voltarei para o "parabéns a você", claro não posso faltar! Fique com Deus amigo e que sejas sempre abençoado assim como todos a quem amas...Um abraço!!!
ResponderExcluirAdorei o blog e o texto também.
ResponderExcluirDesculpa ter comentado tão tarde, fiquei um tempo longe do blog.
Bjs
omundosecretodevaleria.blogspot.com
Adorei o texto, e todo o blog, continue :)
ResponderExcluirSaudade daqui, e claro que irei ler tudo!
ResponderExcluirBeijo, meu querido!
Menino Jeferson!
ResponderExcluirBenza Deus! Continue assim viu!
Qual a fonte de inspiração? Um olhar mais
atento a tudo o que lhe cerca certamente. Nada
lhe escapa e rende frutos ao final as contas.
Sou privilegiada pois alem de tudo vc me faz
uma visitinhas vez ou outra conferindo minhas receitas né não?
um grande abraço!
Obrigada por passar lá no meu blog, dear.
ResponderExcluirO teu está um encanto. Adorei o texto!
Beijos, Letícia.
http://wesoldiersoflove.blogspot.com.br/
Jeferson!
ResponderExcluirDepois de ler sua postagem respondo sua pergunta
sim gosto te todo tipo de leitura.
E no seu blog encontrei uma excelente leitura no
texto maravilhoso ,que você nos brindou.
Vou deixar um convite a você.
Gostaria de receber um texto Natalino seu para mim postar no meu blog.
Natal é uma data muito especial para mim estarei postando logo mais deixo convite para conhecer meu mundo de fantasia de Natal.
evanir_garcia@hotmail.com
O email para envio do seu texto de Natal.
Beijos e carinhos,Evanir.
Jeferson, seus textos são maravilhosos! O modo como você escreve é envolvente e muito interessante!
ResponderExcluirObrigada por visitar meu blog!
Abraço, Cynthya.
http://ograndetalvez.blogspot.com.br/
Atendendo ao convite.. Adorei o conto, certeza de que continuarei a visitar seu espaço e me deleitar com seus escritos.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEssa é a primeira vez que venho aqui e gostaria de te parabenizar pela escrita, tu escreve muito bem e eu gostei muito do conto, sempre passarei para ver as novidades!
Adoraria que também seguisse meu blog!
Um abraço
http://www.magialiteraria.com/
Obrigada pelo seu carinho lá no blog! Seja sempre muito bem-vindo.
ResponderExcluirGostei muito da escrita, e vou ler as 3 primeiras partes, sim. Grata pelo convite!!
Bjs
:)
Oi jeferson, obrigado pela visita lá no meu singelo blog. Volte sempre =)
ResponderExcluirVoltarei aqui mais vezes tb quero conhecer seus textos com mais calma....as coisas por aqui estão meio corridas...mas eu darei um jeito..rss
Abraços !
Olá,
ResponderExcluirMe surpreendi com a tua escrita leve, o que não tira a complexidade do pensamento!
bjos
tudo que seja feito com amor eu gosto! :)
ResponderExcluirObrigada por sua visita lá no blog! Eu li e adorei seu texto, parabéns!!!
ResponderExcluirBjs...
http://www.perfumesdapam.com/
Me deixou curiosa. Lerei os anteriores.
ResponderExcluiroi Jefh .estava viajando e morrendo de curiosidade para vir aqui ler o seu conto...está perfeito.é uma lição para ser aproveitada..nem sempre o calar-se é a melhor coisa.. o Igor somente quando se viu sem lugar para se esconder resolveu agir..e na realidade ninguem quer alguem que se esconda mas sim que participe..obrigada por me dar esse persente que é te ler..beijo
ResponderExcluirMuito obrigada pela sua visita!
ResponderExcluirSeu blog é muito legal, eu vou seguir
Beijos~
Um belo relato de situações comuns nas empresas. Fiquei curiosa. Continuação de bom trabalho. Abraços.
ResponderExcluirM. Emília
Lindo, suave e acolhedor em cada palavra...Parabéns!!!
ResponderExcluirDeixo meu carinho e gratidão por compartilhar viagens inesquecíveis através de suas palavras.
Abraço
Stela :D
Muitas vezes as oportunidades estão sempre ao redor, infelizmente os alertas não chegam de forma a nos mostrar que erramos; nesta postagem o funcionario apenas precisava de que alguem lhe desce um alerta de suas falhas; de rpente provavelmente ele pensou na familia e na empresa, situações antes não refletidas por suas ações.
ResponderExcluirIrei ler os capitulos anteriores.
Voltando para nossa realidade, agradeço pelo carinho e esteja sempre presente no Perseverança, são as visitas e comentários ou por e-mails que dão vida ao blog.
"Ponhamos também de lado todo peso... e corramos com perseverança a carreira que se nos apresenta" Hebreus 12:1
Este trecho que dedico para você foi escrito por apóstolo Paulo, comparando a vida das pessoasa uma corrida de longa distância, recomendou que nunca devemos nos desperceber das necessidades basicas da vida, que devemos ter responsabilidades e honra-las.
Sua postagem é excelente, pois o assunto poderá "acoradr" muitos que passarem por aqui.
Deixo um forte abraço fraterno.
Nicinha
Olá!
ResponderExcluirVim retribuir a visita =D
O estilo o qual escreve é um dos meus favoritos, porque é como se entrasse na história, como ver uma novela na TV só que ali no momento em que se grava. Parabéns!!!!
Jefh o eu blog é excelente!
ResponderExcluirEstou precisando mesmo fazer boas leituras.
Virei com mais tempo aqui e apreciarei tudo o que escreves, pois gosto de prestar bem atenção.
Moro em Portugal!
Vou te seguir - sucesso e parabéns pelo conteúdo!
Beijos!
Olá Jefh, muito bacana o seu blog. Vou entrar de férias e quero continuar lendo seus textos. Gostei muito. Sucesso.
ResponderExcluirUm abraço.
Jeferson,
ResponderExcluirSeu blog tem uma ótima aparência. Li o primeiro canto e gostei muito, você vai sempre prendendo o leitor que sem perceber chega ao final da leitura. Gostei!!!
Minha praia são os versos, mas escrevo contos, crônicas e “causos”
Um abraço e até mais ler!!!
Olá Jeferson,
ResponderExcluirA pedido, vim conhecer o seu trabalho e gostei bastante do que li até o momento. A riqueza dos detalhes com que você escreve me transportou até a cena como se eu fizesse parte da história! Parabéns!
E novamente, obrigada pela visita ao blog. Fique à vontade para voltar mais vezes.
Parabens seu blog é otimo. Muito interessantes seus textos. Obg pela visita no meu! beijos
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