Um soldado na pista sinaliza para que os carros usem somente a faixa da direita e reduzam a velocidade. “Vai de vagarinho. De vagarinho. Por aqui!”: diz o soldado. Os condutores obedecem, os carros se alinham. O sol do meio dia é forte. São muitos os veículos que trafegam naquele momento no trecho de pista urbanizada de lado a lado. A periferia encontra os cantos e se instala. Casas populares abrigam famílias, rendem votos, ocupam o perímetro urbano até à beira da pista. Sigo pela rodovia. A ambulância pisca suas luzes rotatórias logo à diante. Viaturas da polícia ocupam o acostamento. O povo lota a passarela à frente e os arredores da cena. Povo de todas as cores, tamanhos e formas. Povo de vestido longo e cabelo amarrado, é crente. Povo jovem e forte, sem camisa e com o peito à mostra, é mano. Povo que para a bicicleta e encosta a magrela no quadril enquanto olha, é curioso. Povo que cruza os braços enquanto observa, é maioria. Os carros seguem cada vez mais lentos e enfileir...