Pular para o conteúdo principal

Nós Humanidade.

























Nós humanidade!
Quem somos?
Aqueles que matam;
Ou os que morrem?

Nós humanidade;
Somos desumanidade?
Os que choram;
Ou os que fazem chorar?

Jogamos crianças do oitavo andar;
Difícil acreditar...
Elas não sabem voar;
No chão estão mortas ou feridas,
Crianças e nada mais;

Mas, humanidade...
Ainda és humana?
Hedionda,
Odienta,
Odiosa!

Nós humanidade!
Humanidade;
Choras e faz chorar;
És Santa;
És Satanás.




Ao saber nesta manhã do terrível crime cometido por um oficial russo, que atirou as filhas da companheira de uma altura de vinte metros, do oitavo andar do prédio onde viviam, possivelmente por ciúmes, enquanto a mãe das meninas gêmeas de oito anos supostamente estaria em um shopping; senti uma dor que não me é nova nem se vai facilmente; e esta dor impregnou-se em meu ser, e meu dia transcorreu triste, pesado, lento; como se algo assim fosse o nosso comum, nosso carma.
Não é.
É preciso chorar o luto, lutar.
Este tipo de fato é o que mata algo dentro da gente; é o que nos deixa embrutecidos, descrentes.
A cultura da violência cria esse tipo de ser humano, que num ato de fúria só enxerga o mal que pretende causar a alguém.
Não seria hora de pensar se a violência é algo a ser cultivado como temos visto?
Ou não sou mais que um idiota a dizer asneiras?
Se partilhar minha dor opine.

Comentários

  1. Humanos, seres tão complicados... Somos considerados animais racionais, mas o que foi isto se não um impulso causado por uma emoção?

    Irracionalidade, aquele que age por impulso, por instinto.

    Classificaria isso como dor de 'Corno', desculpe o portugês claro.

    ResponderExcluir
  2. Sim, parece mesmo ter sido, porém, dor de um corno monstro. Obrigado pela visita e pelo comentário, amigo.

    ResponderExcluir
  3. Bom dia lindo amigo! Que seja esse domingo um misto de sonhos, Sol e alegria junto aos teus amados...Estou aqui pensando...relacionando o teu desabafo, de tanto tempo, com os acontecimentos de hoje... O que mudou? Que coisas como esta continuam acontecendo? E quando foi que o ser "racional" esqueceu que era? Adoro meus "bichinhos"...gatos, cachorros...até os cachorros da rua sempre me encontram e sorriem (do jeito deles)...e nós HUMANIDADE? Mas não vamos ficar tristes...Decidimos pela felicidade...caminhemos...caminhemos...lutando pelo melhor, da forma que pudermos...
    ACREDITANDO, AMANDO, VIVENDO,SENTINDO...
    Grande abraço e obrigada pelo teu carinho quando me visita...você é, sempre será um "guri talentoso" um amigo que embora distante, não quero perder de vista!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente. É isso que o autor espera de você, leitor.

Postagens mais visitadas deste blog

O Sr. e o Dr.

Ao ser levado à presença daquele Sr de seus maturados 84 anos, estava na verdade indo rever um bom pedaço de minha infância. Afinal, aquele homem de baixa estatura, tórax roliço e finas pernas de passarinho era figura muito frequente nas ruas mais movimentadas de minha terra, há uns 20 anos. Vestido com um jaleco branco sentava com boa postura em sua “motoquinha”, percorria toda cidade com seu jeito lépido. Mas agora ele se encontrava muitos anos à frente daqueles dias; e já não mais conservara sua autonomia para o “ir e vir” a toda parte. Pior ainda, naquele momento sofria com a recuperação de uma fratura no fêmur, ocorrida após uma queda dentro de sua própria casa. _Quão dura é a realidade do ancião que de andar dentro do próprio lar, pode quebrar-se ao chão, isso quando não se quebra de pé, sem mais nem menos, indo apenas posteriormente ao solo, ao que chamam de fratura espontânea. Mas retornemos ao nosso “continho”. Dia após dia, sessão após sessão, meu novo amigo ancião, recuperav...

É Primavera

Era uma manhã de setembro quando o velho Alincourt chegou diante do belo lago de minha cidade, estacou sobre um terreno baldio sito à margem direita, ergueu ao alto os dois braços com ambos os punhos cerrados e vibrou de modo indescritível. No punho esquerdo o velho trouxe uma porção de terra em pó, poeira formada por noventa dias de estiagem. Ao abrir aquela mão, os vigorosos ventos de setembro levaram consigo a terra, que se desprendia e esvaía pelos ares, formando uma fina nuvem de poeira vermelha a andar no ar. O céu tornara-se vermelho, assim como a própria terra do lugar. Da mesma mão desprenderam-se folhas secas. Incontáveis folhas em tonalidades marrons, beges, amarelas. Um enorme urubu, atraído por um odor propagado pelo vento, passou a oferecer uma sombra circular sobre a cabeça do velho. Após a primeira ave, vieram outras da mesma espécie. Em pouco tempo eram seis, vinte e duas, trinta e cinco, cinqüenta e uma, mais de cento e três. Os ventos anunciaram uma carcaça canina...

O Diário de Bronson (10 - O Chamado)

_Bronson, o tal Dr. Mendelson ligou para você. Disse para retornar o mais depressa possível. O que esse homem teria para falar de tão urgente? _Não sei, Frida. Na verdade nem imaginava que ele pudesse querer um dia falar comigo. _Você vai ligar? _Claro. Por que eu não ligaria? _Sei lá. É que você voltou tão pra baixo após a última consulta. _Não era uma consulta, era um aconselhamento; e isso não tem nada haver com os meus humores. _Ta bom. Esqueça. Não disse nada. ... _Alô! Dr. Mendelson? ... _Sim, Doutor. Eu posso. Já estou a caminho.... _Onde vai, Bronson? _Vou até a casa do Dr., me parece que sofreu um acidente e, fraturou a perna, precisa falar comigo. _Você agora virou enfermeiro? _Frida, por favor, não comece! _Desculpe, mas... Bronson! Bronson! Bronson havia partido ao encontro de Dr. Mendelson. Em dez minutos já estava diante da casa amarela com fachada de arquitetura mista (antiga/contemporânea). Apertou o interfone e desta vez não ouviu a fria voz de Crisostemo; ao invés des...