Três idades, três vidas, três histórias...
Uma casou-se, teve filhos e netos, bisnetos virão logo.
A outra adoeceu, não se casou e nem teve filhos; não terá rebentos de si à sua volta.
A terceira, por amor, por caridade, deu sua vida pela segunda; tornou-se fiel cuidadora; um anjo que zela!
Três momentos, três vidas, três sonhos...
E quem é que não sonha?
A que se casou conheceu o lado bom e o outro do matrimônio;
A do meio, ao adoecer, amargurou o esfacelar de tal sonho;
E a caçula viu passar pretendente, suspirou até, porém fechou as cortinas e entregou-se à caridade completamente.
Tuas belezas, minhas senhoras, não acabam;
Carnes sim mudam o tempo inteiro; peles ficam flácidas, abrigam rugas;
Sei que agora em absoluto não agrado;
Porém não venho para tornar a realidade menos severa;
E quem pode me censurar por lapidar vaidade em pedra bruta?
Agora falo como se encontrasse as três na alma de apenas uma:
Teus cabelos já foram fartos e hoje são escassos;
Se foram louros como ouro ou negros como a noite sem lua, em prata se tornaram;
Prata purificada na fornalha do tempo;
Branquejaram dum branco puro, assim como é tua alma, repleta de saudades;
Do presente sente o gosto, mas no passado é que ficaram as delícias da tenra idade.
Pois, na aurora, o que era gozo e regozijo,
Ao entardecer, revelou-se fugaz e perecível;
No teu rosto entalhes e vincos, marcas e traços profundos, íntimos;
No olhar, bem no entorno, figura triste expressão, mesmo num sorriso bondoso;
Sei que por conta das diferenças já brigou com o tempo;
E chorou quando o viu roubar-lhe a pele lisa;
Lutou quando ele lhe trocou as formas leves e sutis por outras menos esguias;
Desesperou-se quando não se reconheceu numa manhã primaveril diante o espelho:
"Impiedoso tempo, mestre de frio ofício, maldito, maldito!", disse num desatino.
Mas não chore; a beleza não se fora, apenas mudara;
Acredite, tu és bela mesmo sendo dona de teus oitenta!
É musa aos noventa!, e nem um século de vida lhe tornaria menos fêmea;
Que importa se já tiveste anos muitos menos?
Teve e já não os tem, não é segredo que nada de fato nos pertence;
Mas saiba que és bela!
Não das paixões juvenis despertas,
Mas da vida humana;
Trás em si a beleza da experiência.
Aceite o novo que vem com a velha aparência;
Beleza tua nunca acaba;
Muda...
Cada tempo possui sua formosura;
E cada senhora sua beleza única.
Por Jeferson Cardoso de Matos, fisioterapeuta.
Uma casou-se, teve filhos e netos, bisnetos virão logo.
A outra adoeceu, não se casou e nem teve filhos; não terá rebentos de si à sua volta.
A terceira, por amor, por caridade, deu sua vida pela segunda; tornou-se fiel cuidadora; um anjo que zela!
Três momentos, três vidas, três sonhos...
E quem é que não sonha?
A que se casou conheceu o lado bom e o outro do matrimônio;
A do meio, ao adoecer, amargurou o esfacelar de tal sonho;
E a caçula viu passar pretendente, suspirou até, porém fechou as cortinas e entregou-se à caridade completamente.
Tuas belezas, minhas senhoras, não acabam;
Carnes sim mudam o tempo inteiro; peles ficam flácidas, abrigam rugas;
Sei que agora em absoluto não agrado;
Porém não venho para tornar a realidade menos severa;
E quem pode me censurar por lapidar vaidade em pedra bruta?
Agora falo como se encontrasse as três na alma de apenas uma:
Teus cabelos já foram fartos e hoje são escassos;
Se foram louros como ouro ou negros como a noite sem lua, em prata se tornaram;
Prata purificada na fornalha do tempo;
Branquejaram dum branco puro, assim como é tua alma, repleta de saudades;
Do presente sente o gosto, mas no passado é que ficaram as delícias da tenra idade.
Pois, na aurora, o que era gozo e regozijo,
Ao entardecer, revelou-se fugaz e perecível;
No teu rosto entalhes e vincos, marcas e traços profundos, íntimos;
No olhar, bem no entorno, figura triste expressão, mesmo num sorriso bondoso;
Sei que por conta das diferenças já brigou com o tempo;
E chorou quando o viu roubar-lhe a pele lisa;
Lutou quando ele lhe trocou as formas leves e sutis por outras menos esguias;
Desesperou-se quando não se reconheceu numa manhã primaveril diante o espelho:
"Impiedoso tempo, mestre de frio ofício, maldito, maldito!", disse num desatino.
Mas não chore; a beleza não se fora, apenas mudara;
Acredite, tu és bela mesmo sendo dona de teus oitenta!
É musa aos noventa!, e nem um século de vida lhe tornaria menos fêmea;
Que importa se já tiveste anos muitos menos?
Teve e já não os tem, não é segredo que nada de fato nos pertence;
Mas saiba que és bela!
Não das paixões juvenis despertas,
Mas da vida humana;
Trás em si a beleza da experiência.
Aceite o novo que vem com a velha aparência;
Beleza tua nunca acaba;
Muda...
Cada tempo possui sua formosura;
E cada senhora sua beleza única.
Por Jeferson Cardoso de Matos, fisioterapeuta.
Parabéns meu amigo, só poderia ser você, sempre amigo, leal, atencioso, educado como jamais conheci alguém, principalmente na sensibilidade,continue assim e que Deus ilumine sempre seu caminho, que essa nova etapa seja mais um caminho percorrido com muita dedicação e garra.
ResponderExcluirSua amiga Rosângela - 12/02/2009
Muito obrigado Rosângela! Você, gentil como sempre! É motivo de orgulho receber um comentário desta natureza abençoadora,de uma alma amiga e sensível como você. Espero receber sua visita rotineiramente, e espero que suas palavras se cumpram como uma profecia, tendo eu iniciado um caminho vitorioso para dedicar-me com garra. Muito obrigado minha amiga!
ResponderExcluirQuerido amigo Jefh...minha passada por aqui hoje, foi como um passeio no tempo, me permitiu andar entre jardins...flores...perfumes...e porque não amores...Lembranças, esperanças...sonhos de criança...Criança que grita, pula e salta dizendo que ainda vive, no corpo de adulto, maduro...
ResponderExcluirLevo comigo:
"Ouça; o olhar do poeta esta dizendo...
"Aceite o novo que traz a velha aparência;
Beleza tua nunca acaba,
beleza tua apenas mudara;
Cada tempo possui sua formosura;
que cada hora, beleza única lhe traga"
E o tempo, como disse o poeta: o tempo não para."
Um lindo final de semana poeta/amigo, luz na tua vida sempre!
Jefferson, parabéns pelo blog, pelo TOP 3: grande e merecida honra, meu irmão. Deus continue abençoando e prosperando sua vida.
ResponderExcluirAndréia, muito obrigada minha irmãzinha pela ajuda, incentivo e ensinamentos 'no mundo dos blogs'. Vou procurar colocar em prática o que me ensinou, com tanto zelo e carinho. Mas quero, publicamente, declarar que admiro muito você pela sua disposição, compromisso com a família, hospitalidade além de ser uma cozinheira excepcional - é um grande privilégio desfrutar dos seus quitutes.
"De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha lingua é como a pena de habilidoso escritor" (Salmo 45.1)