SÓ PROSA #01 (PRA TALVEZ VOLTAR) E fez 5 anos sem uma única atualização de meu blog. Blogs são como plantas, que uma vez sem cuidados, param de dar frutos, murcham, secam e morrem, ou não, a maioria sim. Mas ainda acredito que muitos blogs serão encontrados pelos literatos do futuro e esmiuçados e aproveitados por suas singularidades em suas capacidades de relatar os tempos e as visões. É tanta informação e tantas mídias e tantas redes sociais e tantas notícias... O mundo vai em turbilhão e aos rodopios, de surriada. É impossível acompanhar tanta evolução ao passo de todos os fatos e acontecimentos seculares. Aconteceu algo que eu há algum tempo já suspeitava que aconteceria: a vida em self-service. Cada qual busca a informação que quer, o assunto, o entretenimento, a opinião, o programa e a programação, o filme, a música, o clipe e as pessoas, a visão de vida e de planeta. Mas pensando um pouco mais e melhor, será que não foi sempre assim? Não sei se e nem como o meu blog
Brandon, escriturário e mestre do ofício da taxidermia, um homem dotado de extrema magreza e aspecto frágil, o qual naturalmente compensava com a cara de ódio como se desse ao mundo o recado de sua real ferocidade, era todo ele uma imensa contradição entre a delgada solidez física e a subjetividade da personalidade inflada. A despeito de sua aparente fragilidade, o homem cria-se uma fera e tentava convencer todos à sua volta do quanto nada significava aquela aparência. Aos finais de semana, ocupava-se em dar trato aos bichos mortos e passear com seu poodle pelo bairro em atitude vigilante. Mantinha também na rede social um grupo no qual se compartilhava toda e qualquer presença e ou atitude suspeita nas imediações. Certa vez, quando Armelau atravessava o portão de sua morada para sair em uma caminhada, o poodle de Brandon invadiu sua garagem. Antes mesmo que o sonâmbulo voltasse o rosto para o interior da área, a fim de ver aonde ia o pequeno invasor, Brandon, sem pedir licença, inv