Num passado distante, num distante país de terceiro mundo, houve um homem a quem todos chamavam “O Candidato”; algo muito diferente de mais um candidato em meio à multidão de candidatos que existia por lá. Acertemos então que falo de O Candidato em pessoa, e não de um candidato qualquer. Dava gosto vê-lo no exercício de seu ofício. Era um verdadeiro mestre. O império romano teria sido muito mais extenso se fosse ele um dos imperadores. Criança suja com o nariz escorrendo de pingar, chorando, arredia, ele identificava a um quilômetro de distância. Podia estar se debatendo no colo, esperneando, nada disso o intimidava. Ia até a criatura e lhe arrancava da mãe e, na grande maioria das vezes, domava o bichinho. Para tal, trazia no bolso direito da calça um punhado de balas que era renovado pelos assessores de tempo em tempo. No bolso esquerdo, trazia apitos e línguas de sogra. Caso as balas falhassem, dificilmente os brinquedos fracassariam. Ele próprio inaugurava os brinquedos, já os ofer...