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Mostrando postagens de julho, 2010

O Amor Eterno Dos Namorados

Cara leitora (o), não quero ser ácido, corrosivo, para com esse amor que os apaixonados o cantam associado a tudo que há de colorido, alegre, belo e feliz. Porém, advirto: Posso o ser. Não é que eu pretenda falar de um amor infeliz, frustrado. Não, não, não. Nada disso. Muito pelo contrário. Tampouco venho falar do amor retratado em Coríntios 13, o amor universal, o amor da caridade, o dom supremo. Quero falar é do amor dos namorados mesmo. Contudo, pretendo falar de um amor cheio de verdade, mas de verdade mesmo, e não apenas um culto à libido, às ambições do corpo, aos sonhos de eterna e continua “fornicação”(sorrio), pois é tão comum confundirmos os termos e as coisas relacionadas ao amor. Quando vejo pessoas de mil a milhões falando de amor é quase sempre de modo fantasioso que se manifestam. Falam da figura que imaginam que o outro seja (pobre do outro!); e haja sacrifício para enquadrar-se na demanda de atributos que fantasiam os tais “românticos” da vez! Como bem lembrou Rubem A...

José Saramago (História Do Cerco De Lisboa)

Eu, que sou cristão, pude ver que era do alto da torre da mesquita, voltado para a direção de Meca, que o almuadem chamava a todos para a primeira oração do dia. Aconteceu comigo, amigos. Tive uma grata descoberta. Um estilo ao qual eu não conhecia passou a fazer parte de meu histórico de encantamentos nessa vida. A História Do Cerco De Lisboa trouxe-me as tonalidades “frias e intensas” da escrita de Saramago, que até quando emocionado, refiro-me a como me pareceu o autor durante a composição deste livro, o qual li e agora falo, é comedido e racional. Não há alegrias baratas em seu estilo. O Homem não é de chamar palavras gratuitas ou despropositadas. Sua relação com as palavras é de uma abissal precisão cirúrgica. E até alguma palavra chula, ou “imprópria”, vai ao texto no momento exato em que deveria ir. Estou rindo agora, pois não pude evitar surgir-me a lembrança de rara ocasião de completo desbocamento do autor, como a ocorrida na pagina 284, onde, certamente que por solidariedade...

Adriana Calcanhotto

A escritora Adriana Calcanhoto é cantora e compositora, e temos algo muito forte em comum, amor por Portugal. Em minha modesta opinião ela é uma diva da nossa música. Eu sempre gostei das canções dela, desde os primeiros sucessos até os trabalhos mais recentes. Ela mora no Rio de Janeiro, tem duas gatas e seis cachorros, e adora lavar louça.De suas canções tenho preferência especial por Mais Feliz, Vambora, Esquadros, Devolva-me, porém gosto de tudo que a moça canta. Ela me encanta. São canções as quais ouço e jamais me farto de ouvir. Talvez isso se dê pelo estilo dela, que segue em progressão continua e goza de influências diversas, entre as quais muitas influências literárias. Fez canções com os poemas de Mário de Sá-Carneiro, Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar. Adriana ainda ilustrou o livro O Poeta Aprendiz, de Vinicius de Moraes. No ano passado eu tive a sorte de assistir ao show dela durante a Feira do Livro de Ribeirão Preto. Era a primeira vez que eu ia a um evento c...

Rubem Alves

Hoje eu gostaria de florear, inventar, gastar o seu tempo, caro leitor. Mas não farei isso. Direi apenas a verdade. O assunto é muito agradável e mágico, dispensando-me do trabalho da invenção. Não inventarei nada. Farei mais uma crônica e nada contarei além do ocorrido. O que tenho para falar é algo que há algum tempo atrás seria inimaginável para mim, pois a minha rotina de vida, de trabalho, me afastava completamente deste tipo de acontecimento que aqui trago para compartilhar hoje. Amigo leitor, no dia que seguiu o dia em que conheci o Carpinejar, haveria uma palestra de Rubem Alves. O que eu ainda não havia contado é que, eu já conhecia o Rubem Alves antes mesmo de Ribeirão Preto. Sim, é isso mesmo. Eu conheci o nosso ilustre escritor brasileiro Rubem Alves, mineiro de Boa Esperança, nascido no dia 15 de setembro de 1933, teólogo, mestre e doutor em Filosofia e Psicanálise, ex-professor na Unicamp e na Unial Theological Seminary nos Estados Unidos, autor de inúmeros livros, colabo...

Fabrício Carpinejar

Quando começou a Copa da África eu não estava em minha casa. Eu estava participando da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Confesso que a movimentação da Feira me abstraiu em grande parte de tudo que era relacionado ao futebol. Eu queria ver aos shows, queria ouvir e conhecer os escritores, eu queria assistir às palestras, queria visitar os stands, ver a movimentação das gentes, queria assistir ás apresentações teatrais, comer comida de Praça XV, respirar Praça XV, viver Theatro Pedro II...Consegui fazer tudo o que eu queria, e um pouco mais. A sorte é sempre muito generosa para comigo. Andréia me acompanha e, diz que sou engraçado, um encanto. Eu, apenas sorrio. Chegamos a Ribeirão na Véspera do jogo da abertura da Copa de 2010. Fomos direto ao Theatro Pedro II aonde vimos o divertido Coral Minaz apresentar ‘O Barbeiro de Sevilha’. Logo após seria o Show do Clube da Esquina. Eu nunca havia visto o Milton Nascimento, o Lô Borges, e nem o Flávio Venturini. Foi muito legal. No dia...

Confesso Que Chorei

Aconteceu. Éramos uma família unida em frente a um aparelho televisor a esperar o grande momento. Aquele time encantava até quem não dava muita importância para o esporte e, aquela camisa era de um carisma, de uma tradição, de um poder imenso, e de tantas façanhas que mais pareciam fábulas. Mas veio o dia em que a coisa não deu certo. Os caras tentaram. Eu fui testemunha do quanto tentaram. Eu vi os caras tentarem superar o adversário a qualquer custo. Chegaram a gritar gol, mas não o suficiente. Tinham craques, mas não bastaram. Possuíam um treinador magistral, mas não adiantaria nada. Foi tão triste! Minha casa, que era tão pobre, havia se esquecido que era pobre durante o sucesso daquela esquadra, estava bonita de tão alegre nos dias de jogos. Minha família, que não se importava nada com o futebol, durante aqueles dias ficou tão entusiasmada. Sabe, eu não me envergonho de contar, mas eu chorei. Verti densas e profusas lágrimas. Achei uma enorme injustiça aquela derrota. Tive vontade...

E o meu palpite é: Brasil 4X1 Holanda

Uma onda de otimismo tomou conta de mim hoje. Os pragmáticos não ousam vaticinar um resultado de larga vantagem para nenhuma das duas seleções. Dizem que o retrospecto leva a um prognóstico cauteloso, reservado. Eu passei a semana inteira entre palpitar por 2x0 ou 2x1. Eis que chegou o grande dia. É hoje que o Brasil enfrentará a Holanda pelas quartas de final desta vuvuzelante jabulanizada Copa da África. Eu ia mesmo de 2x0 quando acordei nesta manhã, porém, no trabalho, trouxeram-me uma folha repleta de palpites e convidaram-me a participar. Tratava-se de uma simpática brincadeira interna da empresa. Um Real para palpitar e assim participar. Eu corri os olhos pela folha e dentre os inúmeros palpites eu vi que ninguém estava ousando além dos 3x0. A maioria ia no 1x0, 2x0. Um ou outro ousava um 3x0, ou 3x1. Houve até quem desse palpite de vitória para o adversário. Mas eu pensei: "Um Real é um preço muito baixo para ser feliz. Quero torcer, quero vencer, quero ver o supostamente i...