DECRUAR UMA EXPECTATIVA (PARTE I) Ao ver uma expectativa que venha acompanhada de certa dose, não homeopática, de pessimismo, é sobremodo crua, cruel e primitiva. A ansiedade é fria, transcorre lado a lado com as horas que precedem a certo desfeche encortinado, que já mora a algum tempo por detrás das cortinas. É na verdade a ânsia da alma ansiosa, que se pudesse vomitaria toda aquele mal digerido infortúnio, que causa pequenos disparos do coração; uma leve “ardênciazinha”, fruto de uma molécula qualquer de adrenalina que me escapa às glândulas, contaminando meu sangue, cada vez que penso na causa da expectativa. Com os olhos fixos à porta, outra hora no relógio, sem saber se ela ao entrar me diria o que queria ouvir, e ou se simplesmente me rejeitaria; eu senti naquela manhã o agigantar-se das horas, que na soma de alguns minutinhos já ia parecendo uma manhã daquelas: imensa, longa, gigantesca, cruel, fria e primitiva. Da última vez que a vi, isso na semana passada, ainda me dói a cha...