Imediatamente, Igor Socolov depositou a caixa de bacalhau norueguês na pilha, lavou as mãos e os braços na pia do barracão e foi até a sala do patrão que o aguardava com o telefone colado junto ao ouvido, falando e gesticulando. Tsarov fez um gesto breve com a mão esquerda direcionado ao rapaz para que este entrasse e outro ainda mais breve para que fechasse a porta atrás de si. Antes de fechá-la, foi possível ver Fedosov, o gerente bedel, sobressaltado, com o pescoço esticado e os olhos arregalados, a meio caminho para sua mesa postada diante à porta da sala do patrão. Tsarov, vendo que o empregado entrou porém não se sentou, fez outro gesto curto para que ele se sentasse e continuou ao telefone. Falava de uma carne seca. Dizia que a carne seca estava toda bichada e que não haveria como aproveitá-la de modo algum. Fazia uma pausa como que para ouvir seu interlocutor e repetia toda a história da carne seca que ficara exposta e teria contraído larvas. ‘Dimitri, a carne seca está podr...