Não imaginava que o último dia de agosto viria com notícia de morte, tempestade de poeira e chuva, história. Fazia calor logo ao iniciar o dia. Um pouco eu trabalhava. Um pouco eu tentava respirar próximo à janela do quarto abafado pela noite inteira de respirações à porta fechada.
“Ta vendo essa grade na janela? Não tinha. Colocaram depois que o ladrão entrou por ela. Ele entrou e fez a festa. A gente tinha ido almoçar fora. O ladrão trepou no muro, pulou, arrombou a janela, entrou aqui no quarto, levou um relógio de parede igual àquele da sala. Você reparou o relógio lá da sala? Pois é. Era igual àquele. O ladrão levou também cordão de ouro, anel, pulseira, brinco. Levou um montão de roupa do meu genro. E ainda deixou a camiseta velha dele. Você acha. Vestiu uma de meu genro e largou a dele aqui. Vê se pode. Aí, depois desse dia, puseram essa grade”.
O ladrão ter entrado e feito um limpa era algo de se esperar de um ladrão. Mas o ladrão entrar e trocar de roupa e ainda doar sua...