Dona Afonsa repousava à mesa uma grande travessa de quiabo cozido com músculo de vaca, quando teve um furioso acesso de tosse. E se não fosse por ter virado o rosto ao lado oposto, o cozido teria sido retemperado com fluidos naturais. “Coff Coff Coff”: Tossia Dona Afonsa e sugava a coriza numa súbita e ruidosa inspiração. Dona Afonsa havia preparado também arroz carreteiro, feijão tropeiro e, segundo ela, sua especialidade; um guisado que seria segredo e tradição de família o seu conteúdo, bem como a fórmula utilizada para atingir àquela consistência especialmente viscosa. Armelau sentia apetite algum. Contudo, fora rigorosamente educado para não desfeitear a ninguém, principalmente em casa onde fosse o convidado – e quem é que nessa vida nunca se sentiu amarrado pó limitado pela educação ou convenções herdadas? Teria provado somente um pouco do arroz, beliscado a salada e poderia render elogios convincentes aos dotes culinários da sogra de seu colega de trabalho. Mas não... Nada disso...