Ituverava, 22 de outubro de 2009.
Para finalizar falarei do tempo, amigo. E não me refiro ao tempo que chove ou não chove, mas do tempo que passa, passa, passa...
Não é segredo algum a admiração que tenho por seu trabalho, por sua pessoa, pelos seus queridos. Também fui moleque no meio da molecada da R: José Sandoval. Tenho a alma encardida pelo sopro da nossa Bela Morena Rubra, mas hoje estou triste, e não é somente por ver o fim de um projeto ao qual muito me afeiçoei, nem pela falta de um coquetel ou aplausos, mas é por um amigo ituveravense que partiu após cento e uma primaveras de marcantes risadas.
Conheci o homem recentemente. Convivi com ele por apenas três meses (21.07 / 21.10), porém, foi o bastante para ter uma impressão fortíssima daquele senhor de seu século inteiro e mais um ano de vida.
Incrível, Cocão, o homem conservava a memória, a visão, a audição e o senso de humor levemente ácido; era um mau-humor cômico, proposital, meio maroto. Se lhe perguntassem se estava tudo bem ele dizia: _Não presta, estou ficando velho. Isso empunhando seu andador e com o dorso completamente curvo ao peso dos anos.
Certa vez lhe perguntei qual seria o segredo da longevidade. Sabe o que ele respondeu, amigo? Disse-me: _O segredo da longevidade, meu filho, é não bater as botas.
Como sabe, Tás, sou um sujeito especulativo, creio que não sou inconveniente, - posso estar enganado - mas entre um silêncio e outro, rompo com uma perguntinha despropositada; no entanto repleta de uma admiração curiosa quando estou diante de pessoa que muito me impressiona. Então, numa destas tardes, eu quis saber do meu amigo centenário: _O senhor, quando moço, imaginava ter um dia mais de cem anos? E sua resposta para mim foi mais que uma lição, foi um curso completo. Inclinando a cabeça lateralmente, olhando para fora da janela que exibia uma ponta de telhado e o céu azul, respondeu-me: _Eu trabalhava, às vezes pescava, e o tempo...o tempo passou.
É assim meu amigo e conterrâneo, o tempo passa, não é tão complicado quanto pensamos às vezes. Espero que tenha gostado de minhas 60 homenagens. Espero que tenha compreendido minha última homenagem dentro da homenagem e minha forma de dizer que Ituverava ama você; eu sei. Vi e contei. Da minha maneira é claro (riso).
E quanto a honra ao mérito: “Vai que é sua, Tás!!!!!!”
Abraço, caro amigo, e um cordial aperto de mão.
Não é segredo algum a admiração que tenho por seu trabalho, por sua pessoa, pelos seus queridos. Também fui moleque no meio da molecada da R: José Sandoval. Tenho a alma encardida pelo sopro da nossa Bela Morena Rubra, mas hoje estou triste, e não é somente por ver o fim de um projeto ao qual muito me afeiçoei, nem pela falta de um coquetel ou aplausos, mas é por um amigo ituveravense que partiu após cento e uma primaveras de marcantes risadas.
Conheci o homem recentemente. Convivi com ele por apenas três meses (21.07 / 21.10), porém, foi o bastante para ter uma impressão fortíssima daquele senhor de seu século inteiro e mais um ano de vida.
Incrível, Cocão, o homem conservava a memória, a visão, a audição e o senso de humor levemente ácido; era um mau-humor cômico, proposital, meio maroto. Se lhe perguntassem se estava tudo bem ele dizia: _Não presta, estou ficando velho. Isso empunhando seu andador e com o dorso completamente curvo ao peso dos anos.
Certa vez lhe perguntei qual seria o segredo da longevidade. Sabe o que ele respondeu, amigo? Disse-me: _O segredo da longevidade, meu filho, é não bater as botas.
Como sabe, Tás, sou um sujeito especulativo, creio que não sou inconveniente, - posso estar enganado - mas entre um silêncio e outro, rompo com uma perguntinha despropositada; no entanto repleta de uma admiração curiosa quando estou diante de pessoa que muito me impressiona. Então, numa destas tardes, eu quis saber do meu amigo centenário: _O senhor, quando moço, imaginava ter um dia mais de cem anos? E sua resposta para mim foi mais que uma lição, foi um curso completo. Inclinando a cabeça lateralmente, olhando para fora da janela que exibia uma ponta de telhado e o céu azul, respondeu-me: _Eu trabalhava, às vezes pescava, e o tempo...o tempo passou.
É assim meu amigo e conterrâneo, o tempo passa, não é tão complicado quanto pensamos às vezes. Espero que tenha gostado de minhas 60 homenagens. Espero que tenha compreendido minha última homenagem dentro da homenagem e minha forma de dizer que Ituverava ama você; eu sei. Vi e contei. Da minha maneira é claro (riso).
E quanto a honra ao mérito: “Vai que é sua, Tás!!!!!!”
Abraço, caro amigo, e um cordial aperto de mão.
Apesar do sentimento de tristeza que me confessou, em se tratar da última carta, é realmente clara a sinceridade que colocada nessa derradeira epístola! Parabéns pelo trabalho, fico feliz de ter acompanhado pelo menos em parte; reintero a necessidade por mim levantada de que este blog torne-se um livro... E espero que o "protesto" (risos), seja atendido! Abrassss de seu amigo Tom Galego
ResponderExcluirObrigado, Tom!
ResponderExcluirAbraço: Jefhcardoso.
Jef por quem lutou tão bravamente nesse tempo todo? Não consegui entender quem seja o Tás, embora notei que é alguém merecedor de todo seu empenho e amor. E mais que tudo um projeto de vida no qual acreditou (ou acredita) baseio pelo tempo que faz... O tempo passa, e não é tão complicado assim.
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