Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2009

Cartas a Tás (47 de 60) " Um Sonho De Sabedoria - Parte III de III"

...sem noção de em qual direção seguir. Levantei-me e caminhei perdido, alimentei-me de insetos e mel silvestre. Parecia ser o fim de meu sonho, até que, no meio da floresta, ouvi vozes. Ao aproximar-me fiquei perplexo com o que vi: belas musas em uma reunião. Enquanto as observava, uma delas aproximou-se e disse: _Quem és tu, ó forasteiro? Por ventura é quem busca decifrar os enigmas da sabedoria? Disse que sim e perguntei quem era ela. A moça, voltando-se ao grupo de musas exclamou num brado: _Vejam, amazonas, como são engraçados estes tipos, quando chegam parecem mesmo inofensivos, mas dêem oportunidade e verão quão traiçoeiros são! E voltando-se em minha direção concluiu: _Sou Pentensiléia Icamiaba, patife, e vejo que tens enfrentado os perigos como um bravo, a despeito de ser um homem. Sendo assim, direi a frase que lhe aproximará ainda mais da grande sabedoria: “É preciso coragem para ser um sábio”. _Siga-nos, seremos suas guias na continuação do caminho. Pentensiléia não primava

Cartas a Tás (46 de 60) "Um Sonho De Sabedoria - Parte II de III"

...dirigi-me a um pequeno estabelecimento, senti um cheiro inebriante de doce sendo cozido. Notei que, ao aproximar-me, o aroma se modificava, indo de doce de leite a de goiaba, deste ao de mamão, deste outro ao de figo, era algo incrível! Ao adentrar-me deparei-me com uma senhora bastante idosa a mexer o doce de múltiplos aromas. Disse-lhe bom dia, ao que ela retribuiu. Perguntei que doce era aquele que cheirava tão deliciosamente, lembrando-me a infância longínqua. Ela sorriu com ternura e respondeu-me: _Este doce é uma receita muito antiga que existe antes mesmo da escrita, e que quem me passou foi um a senhora poetisa: Cora, Cora Coralina! Ela tirou então do tacho uma colher das boas, fumegante, e veio em minha direção. Aceitei sorrindo, agradeci, e quando provei, não sei descrever o que senti; foi como se o frescor dos primeiros anos de minha vida tomasse conta de mim, e a cada bocadinho sorvido, uma saudosa imagem daquela fase dos meus primeiros anos vinha-me. Outra colherada e n

CARTAS A TAS (45 de 60) "UM SONHO DE SABEDORIA - PARTE I de III"

Ituverava, 13 de setembro de 2009. Tás, certa vez sonhei ser meu nome J. Homem Comum. Esse era meu nome de batismo. De algum modo eu sabia que era uma homenagem a meu pai, que teria sido um grande Comum. Descendia eu de uma longa linhagem, talvez, se fosse levada ao início minha genealogia, encontraria como primeiro antepassado Comum um avô Adão, que fora caseiro no Sítio Paraíso. Lá, neste sonho, estava em minha humilde rotina, quando tomei conhecimento da oportunidade de provar um gole do cálice da sabedoria. Meu sono tornou-se agitado. Em meio ao tumulto onírico vi meu oráculo pessoal, onde lia: “Encontre as quatro frases do enigma e prove um gole do cálice da sabedoria.”. Naquele momento, em posse das coordenadas, eu partia. Era um amanhecer. Seguia para a cidade de Ribeirão Preto. No caminho, pensava: “em caso de derrota, serei devorado como que pela esfinge?, mas se vencer, passarei pela fantástica metamorfose indo de Comum à grande sábio?; que sonho, que aventura!”

Cartas a Tás (44 de 60)

Ituverava, 11 de setembro de 2009 Veja amigo Tás, na medida em que lhe escrevo estas cartas, na mesma proporção nos afastamos. Por que digo isso? Por uma razão muito simples: note que há uma resposta sua apenas para a carta de numero 2, as seqüentes, todas, sem nenhuma exceção, vão sem o menor indício de atenção de sua parte. E é claro que não pretendo passar dos 35 aos 100 anos de minha vida lhe escrevendo cartas, amigo. Ora francamente! Era só o que me faltava! De mais a mais o conterrâneo há de convir que não é nenhum Sarney, Roberto Carlos, Pelé, Amado Batista ou Xuxa para que eu fique aqui lhe dando atenção como a um rei de algo. Jogou onde afinal, amigo? Bem, queira desculpar-me se nesta sou mais emotivo que racional, assim ficando destituído da própria razão. É que nesta manhã ocorreu um fato delicadamente especial. Eu ia para o trabalho, peguei a rua que liga a avenida da represa com a rodoviária, a rua Luiz Aró. No caminho passei por várias pessoas que transitavam indo para te

Cartas a Tás (43 de 60)

Ituverava, 07 de setembro de 2009. Tás, há um modismo nesse ato de perseguir ao Ney. É fora Ney! Basta de Ney na política nacional e maranhense! Chega de Ney! Olhe, com tanta gente vestindo a camisa anti-neysista, até eu fico tentado a engrossar estas fileiras que servem de massa de manobra, e assim, quem sabe, conseguir aquele bom sentimento de engajamento, de atuação. Sabe, ao ver o 7 de setembro ser associado a este pseudomovimento pseudodemocrático não pude crer de imediato; palpei-me, percuti a face, esfreguei meus olhos, dei pequenos murros na cabeça, lavei o rosto, olhei para o teto, tudo a fim de verificar se não se tratava de mais um sonho incoerente. Ai de mim! Estava acordado. Afinal, quem criou o Ney? Não indago dos tutores, mas dos que deram nutrientes para que aquele menino maranhense se erguesse chefe de estado, homem poderoso e; por que não dizer, escritor com cadeira na academia brasileira de letras? A imprensa, como de costume, é um tanto obtusa. Sempre ha um jornalis

Cartas a Tás (42 de 60)

Ituverava, 04 de setembro de 2009 Era para ter sido o mais lindo baile do Havaí. A A.A.I estava enfeitada como se fosse a própria Honolulu. Memorável! Desculpe Tás, sei que nunca cicatrizou por completo aquela ferida. Perdoe-me amigo. Errar é humano. Leia com atenção minha explanação e se ainda achar que há culpa em mim continue cumprindo o rigor deste ato de mordaça. Veja que sou quase inocente. Luzia Picolézeira, era a musa de 10 entre 10 garotos da época. A menina veneno de nossos olhos. Ela tinha algo que inebriava a todos adolescentes, como uma sereia e seu canto doce a atrair marujos para as profundezas do mar; lembra, amigo? Naquela época eu ainda tomava umas e outras, e todos estávamos meio altos. Você não passou bem após tomar a tal pinga envelhecida dentro do coco da Bahia. Foi retirado do salão e levado para o pronto socorro, onde permaneceria atado a um suporte para receber um soro glicosado na veia até amanhecer o dia. Oh que dia triste! Eu e Luzia, ficamos sós, ali, conve