DECRUAR UMA EXPECTATIVA (PARTE I)
Ao ver uma expectativa que venha acompanhada de certa dose, não homeopática, de pessimismo, é sobremodo crua, cruel e primitiva.
A ansiedade é fria, transcorre lado a lado com as horas que precedem a certo desfeche encortinado, que já mora a algum tempo por detrás das cortinas. É na verdade a ânsia da alma ansiosa, que se pudesse vomitaria toda aquele mal digerido infortúnio, que causa pequenos disparos do coração; uma leve “ardênciazinha”, fruto de uma molécula qualquer de adrenalina que me escapa às glândulas, contaminando meu sangue, cada vez que penso na causa da expectativa.
Com os olhos fixos à porta, outra hora no relógio, sem saber se ela ao entrar me diria o que queria ouvir, e ou se simplesmente me rejeitaria; eu senti naquela manhã o agigantar-se das horas, que na soma de alguns minutinhos já ia parecendo uma manhã daquelas: imensa, longa, gigantesca, cruel, fria e primitiva.
Da última vez que a vi, isso na semana passada, ainda me dói a chaga causada, que não cicatriza assim, dentro de uma semana apenas, na verdade é ferida de difícil cicatrização, que a cada vez que tentamos descobrir sua causa , ou profundidade, ela sangra outro pouquinho e dói mais um bocadinho: _Penso que hoje ela possa estar me trazendo um remédio bendito, uma fórmula revolucionária que não apenas me fará cicatrizar instantaneamente a ferida da semana passada, mas também me trará a alegria da saúde plena, da saúde que transborda ao sentirmo-nos não apenas sadios, mas vigorosos, juvenis, cheios de motivos para sorrir e orgulhosos de tanto vigor a nos correr pelas veias.
Agora deixe estar, é que estas linhas não me trouxeram grande alívio, na verdade só fiquei livre desse manto sufocante e frio da dor, pelos minutinhos em que me ocupei de construir estas frases jogadas ao papel. Continuarei aqui a esperar aquela que vem com enorme mistério e decisivos desígnios.
Mas antes faço saber, que nesta mesma manhã, onde espreito as minhas incomodas feridas, como pai zeloso se preocupa com o futuro de filhas, também consigo rir das bobagens corriqueiras, que por ventura me surjam com o dia. Falo de uma mesma manhã e não de duas, mas dentro de um mesmo período matutino podemos viver situações distintas. Isso é fato que asseguro e afirmo.
Para distrair-me das dores, fui até a padaria, e lá comprei alguns pães. Ao passar pelo caixa fui premiado, e ganhei um brinde no valor de aproximadamente duzentos pãezinhos; veja bem, o prêmio não era em pão, mas equivalente apenas; aos quais, em minha casa, consumiríamos dentro de uns cinqüenta dias. Parei por não mais que uns dois segundos e conclui: _Que graça teria, eu que compro pães todos os dias, gastar o prêmio equivalente a 200 pãezinhos em pãezinhos? Na verdade eu poderia consumir o que quisesse nos produtos dali, então conclui meu raciocínio num piscar de olhos: _Graça nenhuma teria; afinal, meu bom Deus, não nos deixa faltar o pãozinho nosso de cada dia, sendo assim, mais proveitoso será o prêmio se consumi-lo em doces, sorvetes e coxinhas. Ri, interiormente com a minha conclusão, que exibia meu espírito juvenil, mesmo diante de uma situação angustiante, que fosse na verdade o grande acontecimento daquela manhã. Guardei então o cupom do prêmio no bolso e o consumiria exatamente conforme me propus, ao cabo de 10 dias, sem pagar com o prêmio um único pãozinho que fosse, afinal, pão é coisa que compro; “sou aquele que compra pães em minha casa”.
Voltei para minha espera, voltei à expectativa, mas agora com um prêmio equivalente a 200 pãezinhos e vislumbrado com meu espírito despojado e juvenil. Voltei para espera angustiante...
Quer saber como termino, eu quero dizer, mas façamos o seguinte; eu posto a próxima parte assim que contar três comentários sobre este texto. Até lá a seqüência ficara aqui, bem guardada. Apenas adianto que ela chegou. Obrigado por sua atenção e aguardo seu comentário.
Ao ver uma expectativa que venha acompanhada de certa dose, não homeopática, de pessimismo, é sobremodo crua, cruel e primitiva.
A ansiedade é fria, transcorre lado a lado com as horas que precedem a certo desfeche encortinado, que já mora a algum tempo por detrás das cortinas. É na verdade a ânsia da alma ansiosa, que se pudesse vomitaria toda aquele mal digerido infortúnio, que causa pequenos disparos do coração; uma leve “ardênciazinha”, fruto de uma molécula qualquer de adrenalina que me escapa às glândulas, contaminando meu sangue, cada vez que penso na causa da expectativa.
Com os olhos fixos à porta, outra hora no relógio, sem saber se ela ao entrar me diria o que queria ouvir, e ou se simplesmente me rejeitaria; eu senti naquela manhã o agigantar-se das horas, que na soma de alguns minutinhos já ia parecendo uma manhã daquelas: imensa, longa, gigantesca, cruel, fria e primitiva.
Da última vez que a vi, isso na semana passada, ainda me dói a chaga causada, que não cicatriza assim, dentro de uma semana apenas, na verdade é ferida de difícil cicatrização, que a cada vez que tentamos descobrir sua causa , ou profundidade, ela sangra outro pouquinho e dói mais um bocadinho: _Penso que hoje ela possa estar me trazendo um remédio bendito, uma fórmula revolucionária que não apenas me fará cicatrizar instantaneamente a ferida da semana passada, mas também me trará a alegria da saúde plena, da saúde que transborda ao sentirmo-nos não apenas sadios, mas vigorosos, juvenis, cheios de motivos para sorrir e orgulhosos de tanto vigor a nos correr pelas veias.
Agora deixe estar, é que estas linhas não me trouxeram grande alívio, na verdade só fiquei livre desse manto sufocante e frio da dor, pelos minutinhos em que me ocupei de construir estas frases jogadas ao papel. Continuarei aqui a esperar aquela que vem com enorme mistério e decisivos desígnios.
Mas antes faço saber, que nesta mesma manhã, onde espreito as minhas incomodas feridas, como pai zeloso se preocupa com o futuro de filhas, também consigo rir das bobagens corriqueiras, que por ventura me surjam com o dia. Falo de uma mesma manhã e não de duas, mas dentro de um mesmo período matutino podemos viver situações distintas. Isso é fato que asseguro e afirmo.
Para distrair-me das dores, fui até a padaria, e lá comprei alguns pães. Ao passar pelo caixa fui premiado, e ganhei um brinde no valor de aproximadamente duzentos pãezinhos; veja bem, o prêmio não era em pão, mas equivalente apenas; aos quais, em minha casa, consumiríamos dentro de uns cinqüenta dias. Parei por não mais que uns dois segundos e conclui: _Que graça teria, eu que compro pães todos os dias, gastar o prêmio equivalente a 200 pãezinhos em pãezinhos? Na verdade eu poderia consumir o que quisesse nos produtos dali, então conclui meu raciocínio num piscar de olhos: _Graça nenhuma teria; afinal, meu bom Deus, não nos deixa faltar o pãozinho nosso de cada dia, sendo assim, mais proveitoso será o prêmio se consumi-lo em doces, sorvetes e coxinhas. Ri, interiormente com a minha conclusão, que exibia meu espírito juvenil, mesmo diante de uma situação angustiante, que fosse na verdade o grande acontecimento daquela manhã. Guardei então o cupom do prêmio no bolso e o consumiria exatamente conforme me propus, ao cabo de 10 dias, sem pagar com o prêmio um único pãozinho que fosse, afinal, pão é coisa que compro; “sou aquele que compra pães em minha casa”.
Voltei para minha espera, voltei à expectativa, mas agora com um prêmio equivalente a 200 pãezinhos e vislumbrado com meu espírito despojado e juvenil. Voltei para espera angustiante...
Quer saber como termino, eu quero dizer, mas façamos o seguinte; eu posto a próxima parte assim que contar três comentários sobre este texto. Até lá a seqüência ficara aqui, bem guardada. Apenas adianto que ela chegou. Obrigado por sua atenção e aguardo seu comentário.
Bom dia!
ResponderExcluirVim retribuir e agradecer a visita e já me fiz tua seguidora pois em teu recanto encontramos em tuas palavras um pouco de nós mesmos, gostei muito; parabéns!
E quanto aos Pallets também tenho vontade de sair reciclando e criando é contagiante ajudar nosso pequeno planeta e ainda poupar o bolso!
Abraço,
A Toca da Joaninha