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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Um Abraço

Um Abraço No enlace de um abraço, O cheiro que sente no peito afagado, O calor que dissipa da sua roupa, Algo se desprende de tua alma; Palavra mutua que se diga ao pé do ouvido, Quase nunca é inteligível. Apure o sentido tátil e olfativo, Firme-se no enlaço desse abraço, Tenha por um momento um tronco amigo; Seja senhor e cativo, Viva na prisão de um eterno abraço, E sinta a matéria do espírito: Abrace forte, abrace com carinho! “Imploda” no enlaçar do abraço, Estremeça neste bom amparo, Sustente e seja sustentado, Perdoe e seja perdoado, Amarre bem amarrado, E abrace novamente apaixonado. Que o abraço lhe sufoque, Sua alma ele toque; Ainda que venha regado em densas lágrimas: Acolha e seja acolhido. Abraço intenso que mate uma saudade, Recomponha e proteja a alteridade. Abrace a mãe, o pai, e o filho; Venha de mansinho,Abraço de bicho preguiça. Abraços comoventes, comovidos, condolentes e condoídos. Viva na eternidade de um abraço inesquecível, Sinta o bem de sentir quem se tem; Como

O Barack Baleiro

O Barack Baleiro Naquele dia acordei bem cedo, me preparei para sair, apanhei o esboço do livro que levaria para a editora na Avenida Paulista, desci até a portaria do prédio após pedir um táxi. Do Sumaré, que era onde eu estava, até a editora não seria um longo trajeto. O motorista já me aguardava na frente do edifício; deveria ser a sua primeira corrida naquele dia. Entrei, cumprimentei e indiquei o percurso; ele disse-me que seria rápido pois o trânsito naquele horário ainda aquecia os motores. Apenas concordei com um leve aceno de fronte. O homem era um senhor de certa idade, gentil, deveria ser aposentado e trabalhar para complemento do orçamento; seu táxi era impecável, e ao entrar no veículo sentei-me e avistei o jornal do dia, que estava ali intacto. O motorista percebeu que notei o exemplar, então me disse: _ Se o Sr quiser ler, fique a vontade, deixo ai para os clientes mesmo, mas dou uma olhada quando é possível. Então peguei o jornal, e na manchete de capa vi uma foto

Poesia Para Vida

Poesias Para Vida A Morte estava em seu imenso jardim a podar algumas roseiras, a aparar alguns arbustos, arrancando alguns matinhos, quando veio o som do autofalante, bem no auto da imensa estufa de jardinagem, a chamar-lhe para o serviço. Como sempre era urgente, e ela já sabia que aquilo ocorreria, estava de sobre aviso, uma vez que conhecia o momento exato em que um cliente precisaria de seus serviços. Foi, passou por toda parentela que se encontrava a porta do quarto hospitalar do pobre ancião, colocou-se lado a lado com os que se encontravam junto do velho a beira do leito. Alguns a sentiram romper sua passagem com um calafrio que percorrera num segundo dos pés a cabeça, ou vice versa. Outros dizem ter sentido algo estranho, como um mau presságio ou coisa assim. O fato é que ela veio; certo que nem antes e nem depois da hora exata marcada no livro da vida; Ao chegar deparou-se com o ancião a lutar intensamente para deixar as dependências da carne, era uma gemência, uma respiração

A ansiosa solicitude pela vida (Feliz 2009)

A ansiosa solicitude pela vida Dois grandes amigos conversavam enquanto o mais jovem, ansioso por se tratar de sua estréia, se preparava para apresentar-se a uma imensa platéia; o mais velho, experiente senhor de cerimônias, lhe orienta: _Vá meu filho, estão todos a sua espera, e com grande euforia. Todos querem lhe conhecer, por tanto, ande, e não seja tão tímido, tem gente que há meses espera para ver a sua cara. _Sim mas, você tem certeza que ele já foi embora pare que eu possa entrar? _Não; ele lhe espera, mas você entrando ele vai embora, vocês vão cruzar-se na porta, se verão apenas nesta hora: olhe, olhe, ele esta se aproximando, entre e vê se não enrola: vamos, como é, não vá amarelar! _Não se trata disso, é que, bateu... “tipo” um friozinho na barriga; estou ouvindo um barulho imenso, uma arruaça: o sujeito, pelo visto, fez grande sucesso! Olhe o tamanho da festa de despedida que estão fazendo para ele! _Meu Deus; como você é ingênuo! Essa festa é sua, amigo. _A dele foi na ch

Gaza, Faixa de Tecido Leve e Muito Fino

Faixa de tecido leve e muito fino Fiquem com tudo. Coloquem os seus sobre os trapos dos meus. Ame aos seus, e ondeie aos meus; Afinal, os meus tem olhos rosa enquanto os teus são cinza! Somos mesmo tão diferentes em tudo? Nascemos sem que nossos pais conhecessem o amor? Quando crescemos não nos apresentaram a caridade? E por ventura envelhecemos sem sentir o dom supremo por um dia se quer? Então, que importa quem chora a dor da perda para quem desconhece os olhos do vizinho? Joguemos fogo uns nos outros devido à diferença de local de nascimento. Nascer em determinado lugar, é mesmo uma afronta aos interesses de quem nasce em outro. Não tolere os do outro lado da faixa de tecido leve e fino. Vamos tingir a faixa de vermelho inocente. E quando esta secar a tomaremos já na cor marrom incoerente. Imagine que lindo: a faixa vermelha, a faixa marrom... O dialogo não é coisa de homem de verdade? Falar não causará medo a ninguém. E sem medo não queremos faixa leve e transparente. E o que pensa

Aos formandos de 2008

Aos formandos de 2008 A todos formandos, de toda diversidade de cursos que capacitam os estudantes de nosso país, parabéns pelo sonho, pelo esforço e pela realização. Presenciei esta semana a um evento sublime; Uma formatura de pré-escolares e fiquei boquiaberto. Não apenas pela minha filhinha que pertencia à turma dos formandos, mas por toda turma dela, por toda geração a qual ela pertence e pelo trabalho magnífico dos educadores na atualidade. Sei que nem tudo são flores na educação nacional, sei que existem numerosos problemas de ordem social, cultural, financeira, mas nada é perfeito e os exemplos de sucesso certamente inspiram a fuga do fracasso, portanto, miremos os acontecimentos positivos nesse momento, fiquemos neles por estes instantes focados. Hoje se fala com muita naturalidade que a função dos novos mestres é mostrar que é possível “aprender se divertindo”. E como se divertem os pequeninos! E é nessa filosofia que se revela uma estratégia ousada da educação contemporânea,

O Velho Espírito Natalino

O Velho Espírito Natalino Vovô hoje vive um novo momento. Começou com um problema, que trouxe uma vida nova. Mas nele, sem dúvida alguma, ainda vive um sonho antigo... "Olha só quem vem vindo! Ora se não é o bom e velho espírito natalino! Ele está mesmo velhinho,cansado, mas bem vivo. Lembro-me dele chegando quando eu era ainda menino; esperava presente, mas me alegrava qualquer presentinho. Eu sonhava com o grande dia. No comércio, meus olhos colavam na vitrine e refletia aquelas maravilhas, todo aquele brilho... Juro que em sonho brinquei com cada um daqueles brinquedinhos. O tempo passou. Cresci e me tornei rapazinho. Trabalhando, dava e recebia presentinhos. Já compreendia até a mensagem mais importante, a do nascimento do Deus Menino. E alegrava-me muito ver as ruas enfeitadas. Haviam tantos eventos com o tema natalino! Canções comoventes, tudo mágico e festivo; havia sempre um papai Noel gordinho; mas na falta destes mais nutridos, eles se tornaram bem mag

O Império São-Paulino

O Império São Paulino Farei nestas breves palavras minha singela homenagem ao São Paulo Futebol Clube, pela aquisição de sua mais nova conquista. Não levarei muito tempo nesta escrita, pois meus braços, - para ser mais preciso, meus cotovelos - doem sobremodo, uma vez que sofrem com uma inflamação terrível. O pior é que me foram acometidos os dois cotovelos, por esta epicondilite bilateral:_ O mais incrível é que eu não me lembro de ter feito nada que pudesse causar esta inflamação aguda, mas vamos as palavras. O São Paulo construiu um império que ostenta a fabulosa marca “6 – 3 – 3”, ou seja, é o primeiro hexa campeão brasileiro, é o primeiro time a conquistar por três anos consecutivos o longo campeonato nacional, e ainda é detentor da façanha de vencer três mundiais interclubes: _Como doem esses meus cotovelos!!! Na Roma antiga, no fabuloso império romano, as pessoas se divertiam com grandes espetáculos, que assim como o nosso futebol arrastava as multidões a grandes estádios e lá a

Seja bem-vindo, Corinthians!!!

Seja bem-vindo, Corinthians!!! O torcedor de futebol é antes de tudo, um fingidor de emoções, uma vez que “finge odiar o maior rival”, que na verdade lhe serva para as mais exaltadas emoções. Veja o exemplo da maior rivalidade paulistana, que brigam feito dois irmãos; também pudera, são filhos da mesma mãe, a capital; são como Caim e Abel, numa eterna alternância de papéis; hora um assume um Caim vigoroso e noutra hora o mesmo é sujeito à queda de um frágil Abel, e vice-versa, num constante ciclo de morte e ressurreição. Quando o assunto é futebol são duas as razões de emoção, que são: torcer pelo sucesso de seu time e pelo fracasso dos outros, porém, anote aí, entre todos os outros, você elege o seu preferido ao fracasso, e é justamente aí que mora o adultério de sua relação futebolística. Nesse momento o palmeirense por exemplo, veste qualquer camisa pelo gosto do fracasso corintiano. Um homem ao amar uma mulher, pó ventura ele passa a odiar todas demais? Se usar de sinceridade há de